FIlhos da Lusitânia, queremos apresentar os dados de um jogo que todos jogamos desde o primeiro choro. Ou que alguém joga por nós. Simbologias de poderes, de partidos políticos, de poderes económicos e de instintos “maternais”.
A curta-metragem “Os amores de Lusitânia” constitui uma reflexão crítica sobre a situação dos jovens portugueses desde o impacto da crise financeira de 2008. No entanto, o projecto pretende despertar o espectador para a presença de denominadores comuns, transversais a diferentes épocas, no que concerne às relações de dependência entre o poder político e económico, bem como aos decrescentes níveis de participação e envolvimento da sociedade civil na realidade do país.
O interesse desta curta-metragem reside também no contraste entre uma história aparentemente simples e a complexidade e densidade das personagens e relações que a compõem, promovendo várias camadas de leitura. Sem advogar uma interpretação maniqueísta, é o poder da arte enquanto instrumento de desalienação, de cidadania activa, de pensamento crítico que aqui se defende. A narrativa reveste-se da roupagem de uma relação amorosa porque é com emoções fortes, mistura de sentimentos positivos e negativos, que a geração aqui retratada narra a sua Lusitânia. Uma relação em crise que espera a salvação, o fim ou a mortífera indiferença do desinteresse quotidiano.
A curta-metragem “Os amores de Lusitânia” visa reflectir criticamente sobre o impacto da crise de 2008 nos jovens portugueses, potenciando paralelos com outras realidades europeias. Caracteriza, assim, a relação complexa, de amor e desamor que esta geração desenvolve em relação à sua pátria. Procura, ainda, interrogar Portugal, na transversalidade de tempos históricos e regimes políticos, indagando o modo como a aliança entre os poderes político e económico condicionou a relação do país com os seus cidadãos. Descartando-se a linearidade da narrativa da culpabilização alheia, promove-se um exercício de auto-análise da cidadania portuguesa, não necessariamente procurando respostas nem soluções definitivas, mas questionando as consequências das atitudes de alheamento, desesperança e conformismo.
Sobre o promotor
Emanuel Rodrigues, Arganil (1986)
Na sua senda pelo teatro, rumou a Coimbra, onde se licenciou em Teatro e Educação pelo Instituto Politécnico de Coimbra, tendo como professores António Fonseca, António Mercado, Manuel Guerra, entre outros. Foi no contexto da educação que rumou à República Checa, onde foi professor de expressão dramática na Escola Britânica e Internacional de Praga e professor de técnica de Stanislavsky no Colégio de Praga. Colaborou com o Instituto Camões de Praga enquanto professor de teatro e, preponderantemente, em projectos de promoção da língua portuguesa e de autores portugueses em língua checa como Gil Vicente e Fernando Pessoa.
Já como actor, e iniciando a sua carreira, colaborou e desenvolveu espectáculos de teatro infantil e juvenil por vários recantos de Lisboa, percorrendo, com os mesmos trabalhos, vários pontos do país. Foi actor da “The Bear Educational Theatre” (Marca Educativa da União Europeia 2004), com a qual participou em diversas digressões pela Europa central. Participou em séries de TV como “Borgia” e “Crossing Lines” do canal AXN, com o qual colaborou, com regularidade, fazendo dobragens em língua inglesa.
Com o seu fascínio por todos os domínios do teatro, desenvolveu-se como encenador iniciando-se com textos de Schnitzler, Max Aub e Gil Vicente. Traduziu para língua inglesa e criou, em parceria com a autora Lívia Jappe, o espectáculo “Ruptura” a partir do livro “Cisão” da mesma autora (obra finalista do Prémio São Paulo de Literatura 2010) que estreou em Praga, tendo também sido levado à cena em Lisboa. Criou o espectáculo “Hra o Pekelne Lodi” a partir de Gil Vicente e que contou com alunos de língua portuguesa da Universidade Dom Carlos de Praga. Encenou “Aquele que diz Sim/Aquele que diz Não” de Bertolt Brecht, “Acto Cultural” de Ignacio Cabrujas, entre outros.
Criou a plataforma “Círculo de Giz”, que hoje dirige, e que se pauta pelo trabalho de teatro em comunidade e por projectos educativos. Estreou-se como assistente de encenação e director de palco no Teatro Aberto já no corrente ano no espectáculo “Ao vivo e em directo” de Raúl Malaquias Marques e com encenação de Fernando Heitor.
Equipa:
Luís Ferreira: Cinema
Margarida Dias: Teatro e Educação
André Cruz: Teatro e Produção
Orçamento e Calendarização
Despesas de Deslocação: 150€
Alimentação (2 dias de rodagem): 100€
Figurinos e Adereços: 50€
Material de Divulgação: 100€
Extras: 100€
Prazo: 30 Junho