Testemunho de Eduardo Morais

13
Mar
2013

Eduardo Morais, autor do projecto "Música em Pó", partilha connosco a sua experiência da campanha de crowdfunding.

Vale a pena ler, especialmente para quem está a pensar arrancar com a sua campanha.

Para fazer o meu segundo filme "Música em Pó", criei uma campanha de crowdfunding e estabeleci um patamar de 900 euros para conseguir comprar material e me deslocar para os vários locais de filmagem. A campanha foi bem sucedida.

Nas várias entrevistas que dei para a comunicação social, sempre gostei de brincar com o termo "mendigar virtual" (não no sentido depreciativo, claro) ao descrever o pedido que andava a fazer.

Um dos aspectos interessantes do crowdfunding é fazer com as pessoas entendam que, ao apoiarem, elas também passam a fazer parte do projecto desde a sua raiz. Não basta oferecer um dvd ou o produto final quando o mesmo estiver terminado, mas demonstrar que ao ajudarem, as mesmas se tornam um membro do projecto. Isso acaba por ser mais satisfatório do que qualquer recompensa.

A maior dificuldade prendeu-se com a duração da campanha. É verdade quando o PPL nos avisa que não é por a campanha estar no ar três meses que vamos conseguir angariar mais do que se apenas estiver um. O facto da campanha ser muito longa faz com que se adie permanentemente o apoio e quando a campanha termina, os “crowdfunders” já não vão a tempo por esquecimento.

No meu caso em particular, tratando-se de um documentário de cariz musical, pedi várias entrevistas em vários meios mediáticos (RTP, SIC Radical, Público, Jornal I, etc) planeando sempre entrevistas espaçadas entre si ao longo dos três meses de campanha para manter a “chama acesa” e desvendar pequenos novos detalhes à medida que a campanha chegava ao fim.

Criei também duas pequenas festas de angariação de fundos que contribuíram para que no fim a campanha chegasse à quantia necessária.